Plano de fuga


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ACEITANDO O LUTO

Uma das diferenças entre romper com uma pessoa saudável e romper com uma pessoa com transtorno de personalidade é o grau em que seus sentimentos quanto ao rompimento se tornam complicados. No processo de dissolução, você tende a experimentar uma gama de sentimentos desde tristeza, mágoa, raiva, alívio, lamento, arrependimento – não importa quem tenha iniciado o término. Ao terminar relacionamentos com pessoas portadoras de transtornos de personalidade, esses sentimentos também acontecem, mas são acompanhados por complicados sentimentos de confusão e autocensura. As pessoas na sua situação perguntam: “Por que eu me sinto não mal com este rompimento, já que ele me tratou não cruelmente?” As pessoas perguntam porque elas continuam focalizando seus pensamentos e sentimentos na pessoa que as explorou, mentiu para elas, traiu-as e porque elas não conseguem simplesmente se sentir aliviadas e ir adiante. Os sentimentos normais associados com términos de relacionamentos são intensificados pela loucura do relacionamento; além disso, são agravados porque as pessoas se censuram por ter esses sentimentos que parecem “ilógicos” à luz da evidência.
O que você precisa saber se estiver passando por isso agora mesmo?
Primeiro, reconheça que a pergunta: “Por que continuo focalizando nisso se isso foi tão tóxico?” é totalmente normal. Aceite que essa experiência é mais do que comum como parte do processo de sua recuperação. Ao se empenhar em criar a próxima fase de sua vida, essas perguntas vão desaparecendo.
Segundo, entenda que mesmo que as dificuldades, engodos e exploração do seu ex tenham minado seu relacionamento, o relacionamento era importante para você. Sem dúvida você investiu muita energia, tempo, cuidado e boa vontade no esforço de cultivá-lo e fazê-lo dar certo. É triste quando relacionamentos não dão certo, e lamentamos quando eles terminam. Como com qualquer outro relacionamento que lhe foi importante, é certo passar pelo processo de luto agora, mesmo que você esteja lamentando a imagem que você tinha do relacionamento; suas esperanças no contexto; e as partes de você que foram exploradas ou rejeitadas.
Terceiro, quando a exploração e o engodo aconteceram, você não sabia, e você se dedicou a fazer o relacionamento dar certo. Na verdade, você provavelmente se esforçou ao máximo pelo relacionamento, sentindo pena do seu parceiro, que enquanto isso estava fazendo jogo com você. Você deu muito e recebeu pouco em troca, no final das contas. Quando a verdade veio à tona, tornou-se difícil reconciliá-la com a sua percepção idealizada do parceiro, e com o empenho dele em enganá-la com bombardeio amoroso, declarações, negação, gestos grandiosos, e controle. Diferente de perder um parceiro querido pela morte, que a tratou bem, a natureza complicada de seu relacionamento cria um complicado processo de luto, tal como quando um progenitor abusivo ou ausente morre. Embora o sobrevivente possa lamentar a morte, o que ele lamenta não é a perda da sua conexão com o progenitor, mas a perda da possibilidade de ter um progenitor com quem possa se conectar ou que se importava com ele.
Então, não resista ao luto, remova todos os gatilhos de luto ao seu redor, dedique tempo para viver o luto e atravessá-lo. Assim você se livrará disso também e poderá caminhar.
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Ault, Amber. The Five Step Exit: Skills you need to leave a narcissist, psychopath, or other toxic partner and recover your happiness now, Next Generation Books, Kindle Edition, US, 2015

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