O MACHADO ESQUECE, A ÁRVORE LEMBRA
CURA DE SÍNDROME DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Deslocar a vergonha de não perdoar para a pessoa errada é outro abuso
É frequente demais sobreviventes de abuso serem instados a se sentir pessoas terríveis por não “perdoar” o abusador.
- Isso é deslocar a vergonha. A única pessoa que precisa sentir vergonha é o abusador. Não a vítima.
- O perdão é opcional. Você pode se curar sem perdoar.
- Ninguém tem o direito de exigir que alguém perdoe atos terríveis de abuso planejado e intencional.
- Um abusador tampouco tem o direito de exigir o perdão da vítima.
- Perdão prematuro danifica o processo de cura.
- Ninguém pode exigir prazo para a cura muito menos para o perdão.
Baseado em Lilly Hope Lucario (www.healingfromcomplextraumaandptsd.com/)
Muitas pessoas arrotam suas opiniões sobre o perdão. Evocam a religião, e transformam a questão numa falsa abnegação e num falso moralismo. Evocam noções distorcidas de pecado.
Evocam interpretações próprias do perdão.
Confundem perdão com reconciliação e justificativa de atos injustificáveis.
Tanto o perdão como o não perdão são moralmente corretos.
O que não é correto é o abusador continuar impune e pronto para fazer de novo.
O que não é correto é envergonhar os sobreviventes de abuso por não estarem prontos para perdoar ou nem quererem perdoar.
O que não é correto é a falta de visão do que realmente ocorre com o sobrevivente.
O que não é correto é a falta de empatia com o sobrevivente, não com o abusador.
O que não é correto é essas pessoas acreditarem que têm o direito de envergonhar os sobreviventes de abuso.
A síndrome de estresse pós-traumático não é um nome de algo que está errado com você mas o que de errado aconteceu com você.
Envergonhar o sobrevivente de abuso é abusar do sobrevivente de novo agora por você, não pelo abusador inicial.
por Júlia Bárány
Você precisa fazer login para comentar.