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Saiba mais sobre a psicopatia, parte 01 de 03 2

A doutora em psiquiatria forense Hilda Morana é a maior especialista brasileira em psicopatia. Ela explica que o transtorno de personalidade é um defeito cerebral que tem um forte componente genético. Ela aponta que a característica principal de quem carrega um transtorno de personalidade é ter os seus interesses em primeiro lugar o tempo todo.

“Então, ele só tem a individualidade e tem que ser satisfeita a todo minuto, então eles são muito exagerados. Eles comem demais, sexo demais, droga, e é só festa, não tem responsabilidade, não trabalham e quando vão trabalhar é só pra sacanear os outros, só pra conseguir grana, poder, posição, é só ele, ele, ele. O outro só serve pra uso dele. E você pode bater, espancar, trancar, dar beijinho, pedir, ser legal, que não mudar, ele não tem cérebro pra responder. É como eu pedir pra alguém sem perna correr, não pode.”

 


Saiba mais sobre a psicopatia, parte 02 de 03 2

O neurologista Ricardo de Oliveira é autor de um estudo de mapeamento de emoções no cérebro. A pesquisa mostra que pessoas apontadas como psicopatas tem defeitos de processamento de emoções no cérebro.

O estudo desse tema fez com que o médico cunhasse uma expressão: a psicopatia comunitária, aquela em que a pessoa nem sempre é criminosa, mas sempre causa muito sofrimento para quem está próximo.

“É exatamente aquele sujeito que ele não tem um ficha criminal. Ele é um parasita, ele está sempre na manga dos outros. Ele é mentiroso, é incapaz de ser independente, de ter autonomia e gerar recurso. Não fica no emprego, é o sujeito que está sempre dando azar na vida, os outros fizeram alguma contra ele. Mentiroso, muito mentiroso.”

 


Saiba mais sobre a psicopatia, parte 03 de 03

A psiquiatra forense Hilda Morana destaca que existe um aspecto na constituição das crianças que faz com os casos sejam mais leves ou mais complicados. Ou seja, o componente genético é bastante forte.

Como exemplo, Hilda fala de crianças de nascem em meios violentos e dos jovens que cometem delitos e recebem atendimento nas FEBEMS.

“Então, você vê numa favela crianças que nascem naquele meio horroroso e fogem dele, se adaptam, estudam, trabalham, não tem nada a ver. Você vê crianças que se juntam e depois que são presas, em um ano e meio em média eles já voltam a ter um comportamento adequado. Quer dizer, ele não é nenhum anjo, já tem um transtorninho, porque se ele não tivesse um transtorno leve ele nem iria se juntar ao bando. E você vê os verdadeiros psicopatas, que você faz o que você quiser, um ano e meio, dois, três de FEBEM, e não tem jeito, o indivíduo continua sendo o que é. Esse é o verdadeiro psicopata.”