Arquivo anual: 2016


ESTOU FICANDO LOUCA 8

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Como os psicopatas bagunçam sua cabeça, de propósito

(baseado no texto de Donna Andersen)

 

A grande maioria das pessoas que tiveram um envolvimento com psicopatas pronuncia a mesma frase, com leves modificações: “Eu sinto que estou ficando louca.”

É exatamente assim que os psicopatas querem que você se sinta. Sabe por quê? Quando você está confusa e insegura de si mesma, você é mais moldável, mais fácil de ser controlada e é isso que os psicopatas mais querem: controlar você.

Como é que eles fazem você se sentir louca?

MENTIRAS, desde o olá até o adeus.

Essa é a primeira grande estratégia. Embora todos nós contemos mentiras de vez em quando para proteger alguém ou para salvar a nossa pele, os psicopatas mentem porque eles têm um propósito bem definido.

A contação de mentiras começa logo no começo do seu envolvimento. Eles mentem já na razão pela qual se aproximaram de você. Não é a que você achou que era. Amizade, camaradagem no trabalho, bons vizinhos, relacionamento romântico, tudo serve de fachada para uma única intenção: explorar você e se divertir. Psicologicamente, essa tática é muito deletéria para você.

Você nem sabe, mas ele vê você como um alvo que tem algo que ele quer. Então ele condiciona você a prosseguir exatamente de acordo com os planos dele. Você está sendo monitorada e não tem a mínima desconfiança dessa manipulação. Todo o envolvimento com ele é baseado no engodo, e ele o mantem do início ao fim.

Mais cedo ou mais tarde você acaba pegando algumas mentiras. Mas quando você questiona o psicopata, ele nega totalmente e ainda se mostra indignado ou magoado ou furioso (depende do que for estrategicamente mais adequado) que você ousou duvidar dele. Aí ele vira tudo do avesso, e você é que é a culpada.

Tudo isso tem o objetivo de fazer você duvidar de si mesma.

Ele até diz: “Eu JAMAIS faria uma coisa dessas!” e você fica impressionada com a intensidade da declaração.

Isso acaba levando à dissonância cognitiva, que é uma situação em que duas ou mais crenças, valores ou ideias contraditórias coexistem. Os seres humanos buscam coerência interna, portanto, você terá que descartar alguma coisa.

Resumindo:

  1. Você descobre discrepâncias nas histórias que o psicopata conta
  2. O psicopata nega veementemente suas observações, acusa você de infidelidade, de paranoia até por ousar questioná-lo
  3. Você acredita que você e o psicopata pensam igual quanto ao relacionamento de vocês, e nem desconfia que o plano dele é outro: explorar você
  4. O que você vê não combina com as negações intensas dele. Você acredita que o seu envolvimento com o psicopata é autêntico, (e é, mas só da sua parte), então a única forma de resolver a dissonância cognitiva é aceitar que você está errada
  5. Isso significa que sua percepção da realidade está avariada, e por isso você se sente ficando louca

 

Esse padrão se repte e se repete. Você descobre uma mentira, o psicopata encobre com outra mentira. Você diz que o psicopata descumpriu uma promessa, ele nega que jamais fez uma promessa. Você vai ficando cada vez mais frustrada e perturbada, e o psicopata começa a falar que você tem problemas psicológicos.

Ele expressa carinhosa preocupação com seus esquecimentos, com sua paranoia. Pode até sugerir que você procure um psiquiatra ou um psicólogo. Afinal, você precisa se tratar. Se você capitula e vai, é tudo o que ele queria. Você está no papo.

Ele espalha a notícia na sua família, no seu local de trabalho, entre seus amigos, onde for conveniente. Para ele, lógico. Ele até pode convencer o psiquiatra a lhe dar remédios controlados. Pode chegar a recomendar internação psiquiátrica.

Constantemente ele lhe diz que você é desequilibrada, louca, demente, e você começa a acreditar.

Como escapar disso tudo e começar a se recuperar?

Antes de mais nada, saiba quais são as características e as táticas dos psicopatas.

Isso vai ajudar você a entender o que foi que aconteceu:

  1. Você era um alvo
  2. O psicopata se aproveitou de suas características humanas como confiança, empatia, solidariedade, bondade, prestatividade
  3. Suas percepções estavam corretas desde o início

Você não está ficando louca. A desorientação que você sente é uma reação normal a uma situação anormal, que é o envolvimento com um psicopata. Todo esse envolvimento estava baseado em engodo e os jogos psicológicos do psicopata foram todos intencionais.

 

Júlia Bárány


10 RAZÕES PORQUE AS MENTIRAS DO PSICOPATA PARECEM TÃO CONFIÁVEIS

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Quando finalmente entendemos que quase tudo que o psicopata nos contou é mentira, ficamos chocados. Como é que alguém consegue mentir tão fluentemente? E por que caímos nessa?

Eis 10 razões porque as mentiras que os psicopatas contam parecem tão confiáveis:

  1. Os psicopatas lhe dizem quão honestos eles são

Logo de início, os psicopatas lhe dizem o quanto valorizam a honestidade, que a verdade é o fundamento de todos os relacionamentos. Seu objetivo é convencer você de sua honestidade, para quando você se defrontar com as mentiras deles, você simplesmente não as veja.

  1. Psicopatas mentem olhando você nos olhos

Alguns peritos dizem que quando as pessoas olham para cima e para a direita enquanto falam, é sinal de que estão mentindo. Outros peritos discordam. Não importa, todos nós acreditamos que se alguém consegue nos olhar nos olhos enquanto fala, então está dizendo a verdade. Os psicopatas sabem disso, por isso eles nos olham nos olhos enquanto mentem.

  1. Psicopatas misturam verdade com mentiras

Essa é uma estratégia chave psicopática – misturar verdade com mentiras. Você sabe que algumas coisas que o psicopata diz (e o psicopata sabe que você sabe) é verdade, então você deduz que o resto é verdade. Infelizmente, você está errado.

  1. Tudo é mentira

Uma maneira que detectamos mentiras é perceber alguma mudança. Primeiro, a história era assim, agora é assado. Com um psicopata, porém, não há mudança a perceber, porque ele já começa mentindo e só continua.

  1. O psicopata mente sem reação física alguma

Mentir provoca ansiedade na maioria de nós, e ansiedade causa sintomas físicos. Esses sintomas são o que os polígrafos medem – mudanças na batida cardíaca, pressão sanguínea, respiração e condutividade da pele. Mas como os psicopatas não se incomodam nem um pouco em mentir, eles não ficam ansiosos, portanto não existem mudanças física para observar.

  1. Os psicopatas cobrem suas mentiras com mais mentiras

Quando confrontamos os psicopatas com suas mentiras, eles contam mais mentiras para encobrir as mentiras originais. A maioria de nós jamais seria capaz de manter todas as mentiras organizadas, mas os psicopatas são muito bem dotados nisso – eles se lembram exatamente o que disseram e para quem, e assim eles continuam a história.

  1. “Eu jamais mentiria!”

Quando questionados sobre algo que disseram, os psicopatas costumam declarar com indignação justificada que eles jamais contariam uma mentira. Eles são tão enfáticos nisso e se mostram tão abalados por você ter duvidado deles, que você acaba pedindo desculpas – mesmo embora eles de fato tenham mentido.

  1. Psicopatas mentem com total confiança

É difícil imaginar que alguém tão carismático, charmoso e confiante também seja um completo mentiroso. Eles não demonstram hesitação alguma. Eles parecem mandar você acreditar neles – então você acredita.

  1. As reivindicações são tão ultrajantes que só podem ser verdade

Os psicopatas reivindicam que são soldados de forças especiais, membros da realeza estrangeira, cientistas com doutorado, cristãos renascidos, líderes espirituais e assim por diante. Eles podem forjar ou comprar diplomas e certificados, medalhas e outros documentos para provar suas histórias. Você não consegue imaginar que alguém teria a ousadia de fazer tais reivindicações sem que fossem verdadeiras – então você acredita.

  1. A prática leva à perfeição, e os psicopatas praticam muito

Quanto mais os psicopatas mentem, melhores se tornam na mentira – e tipicamente, os psicopatas mentiram toda a sua vida. Então eles são muito bons no negócio. Infelizmente, a maioria dos seres humanos é péssima detectora de mentiras, portanto o resto de nós simplesmente não tem chance. Os psicopatas mentem e nós não detectamos as mentiras – até que seja tarde demais.

 

De Donna Andersen, traduzido por Júlia Bárány

10 reasons why sociopaths’ lies seem so believable

 


A AUTORIDADE DO PSICOPATA

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O psicopata tem uma imagem de si mesmo inflada, grandiosa, apresenta extrema confiança e clareza em suas convicções, porque não sente medo nem dúvida, e essa autoconfiança e certeza eleva o status do psicopata aos olhos dos outros, conferindo-lhe autoridade.

Ele nunca está errado, são os outros.

Para cada situação em que poderia haver dúvida, como a amiga de sua vítima tentando alertá-la de que algo está errado, ele tem uma convicta explicação: “Essa sua amiga tem inveja de você. Não acredite nela.” “Sua mãe não gosta de mim, por isso ela quer arruinar o nosso casamento.” “Seu pai não sabe o que está de fato acontecendo. Ele já está velho.” “Não dê atenção ao que seu irmão está dizendo, ele tem problemas com a esposa dele.” “Eu sempre sou fiel às minhas mulheres. Você está vendo coisas que não existem. Como você é carente!”

Como costumamos confiar no que as pessoas próximas a nós nos dizem, o psicopata precisa retirar essas referências, para que a única referência seja ele mesmo. Assim é que ele tem o controle da visão de mundo da vítima. Isso é feito com tanta sutileza e disfarce, que a vítima não percebe até que esteja totalmente enredada na teia.

Com essas táticas, o psicopata programou o cérebro da vítima para vincular o comportamento dele a uma imagem bondosa, honesta e confiável, porém falsa, que ele apresentou no início, para conquistar sua vítima. Quando o comportamento e a imagem não batem, o problema não é ele e sim todos os outros, inclusive a vítima, que deve estar vendo coisas. Essa é uma tática poderosa para ir minando a confiança em sua capacidade de percepção, que aos poucos vai enlouquecendo a vítima.

A programação é reforçada repetidamente, o que cria como se fossem sulcos no cérebro da vítima pelos quais a informação flui e que são muito difíceis de modificar. É por isso que é tão difícil sair de um relacionamento com esse tipo de criatura sem graves danos à nossa psique.

O comportamento que a vítima vê combina com alguém desonesto, mentiroso, manipulador, explorador, traidor e cruel. Como conciliar as duas imagens?

A isso se soma ainda a opinião dos outros que só veem a grandiosa imagem do psicopata, sem ao menos desconfiarem de sua falsidade. E é a vítima que é julgada louca, problemática, ciumenta, carente e mentirosa. Seus sentimentos são invalidados pelos outros. Isso leva a uma espécie de paralisia.

Como sair disso?

Sem ajuda de um bom terapeuta, de um verdadeiro amigo, é extremamente difícil, porque consiste em reprogramar o cérebro, revalidar percepções e sentimentos, desfazendo uma teia muito bem tecida pelo abusador.

O primeiro passo é começar a acreditar em si mesma, repetir para si mesma: “Eu não estou louca. Eu não fiz nada de errado.”

Aos poucos, sua visão vai ficando mais clara. Ao entender como essas criaturas funcionam e quais são suas táticas, você vai percebendo a terrível crueldade e falta de humanidade delas, e você se torna capaz de reprogramar seu cérebro, refazer sua vida de forma nunca antes imaginada.

Um incrível futuro aguarda você. Acredite.

Júlia Bárány


Discussão com narcisista, psicopata e afins 1

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Raramente há algo a se ganhar da discussão com um narcisista ou psicopata. Tudo será virado do avesso contra você, ele vai projetar em você sua própria desonestidade, acusando você de fazer coisas que na verdade ele é que está fazendo. Seus sentimentos serão desprezados, ridicularizados e minimizados. Se o foco for o mau comportamento dele, imediatamente ele vai acusar você tempestivamente sem fundamento algum, só para você se colocar na defensiva. E toda vez que você tentar se defender dessas acusações, ele vai inflar suas reações como prova de que você está louca e histérica. Mesmo muito tempo depois da discussão, você fica num estado de alerta constante, repassando o incidente na sua cabeça e pensando o que você deveria ter dito. Quanto mais você ficar ocupada nessa dinâmica, tanto mais seu corpo e seu coração ficarão entalados na luta ou fuga, com raiva e na defensiva. Assim não dá para viver. Deixe para lá querer “ganhar” essas discussões. A única vitória da qual você precisa é o seu coração se manter aberto e amoroso. Para encontrar isso, corte contato com esse provocador em série, e perceba que as palavras e a conduta dele nada têm a ver com você.

Tradução por Júlia Bárány de trecho de PsychopathFree.


PORQUE O PSICOPATA DEIXA VOCÊ MALUCA

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Por Donna Andersen, tradução Júlia Bárány

Fonte: http://www.lovefraud.com/2016/10/31/9-reasons-why-sociopaths-blow-your-mind/

Quando você finalmente percebe que está lidando com psicopata, você fica totalmente chocada. De um lado, sente alívio ao saber que o problema não é você; algo deveras está errado com ele. Por outro lado, você ainda não consegue conceber, entender, explicar o comportamento dele.

Incompreensível! Eis porque:

  1. Tudo que você acreditou era mentira

Provavelmente você tenha detectado algumas mentiras no meio do caminho, mas o psicopata justificou tudo. Depois você descobriu que o envolvimento todo, a razão toda de ele estar na sua vida é uma total fabricação. Jamais foi envolvimento amoroso, ou compartilhamento de objetivos de vida, ou constituição de uma família. Foi exploração.

  1. O inacreditável sentir-se no direito dele

O psicopata não só explora você e a todos, mas também se sente no direito de fazer isso. Ele quer o que quer, quando o quer e como o quer. Os outros são simples ferramentas para lhe dar o que ele quer. Por quê? Porque na cabeça do psicopata é o que ele merece.

  1. A máscara cai e você não sabe quem está por trás dela

Ele foi tão charmoso, tão prestativo, tão dedicado – e agora acabou. Agora o psicopata ameaça você com desdém, criticando, desprezando, ignorando e maltratando você. Você se pergunta o que foi que aconteceu com a doçura e o cavalheirismo, e se dá conta de que tudo foi uma encenação, um ato para enganchar você. Agora que você deixou de ser útil para o psicopata, ou ele se transferiu para novo alvo, ele não vê mais necessidade de fingir.

  1. A longa trapaça

Você percebe que o psicopata escolheu você como alvo desde o começo. De fato, ele pode ter avaliado você muito antes de ter encontrado uma maneira de se meter na sua vida. Alguns psicopatas são capazes de planejar e calcular bem antes, e depois executar de maneira brilhante seus planos. Você nada mais é para ele do que um objetivo.

  1. Tudo não passou de mero divertimento

Às vezes você não consegue discernir o objetivo do psicopata. Pode ser que ele não tirou nada de você, nem dinheiro, nem sexo, nem moradia, nem ligações profissionais, nada de valor. Então por que ele se deu o trabalho de tantos jogos e manipulação? Não faz sentido! Então você percebe que ele estava apenas de divertindo.

  1. Nada é sagrado

Ele fala de maneira convincente sobre Deus, religião, justiça, espiritualidade, patriotismo, valores familiares, salvação do planeta e outras aspirações, e a conduta dele é completamente oposta a isso tudo. Suas belas palavras não passam de cortina de fumaça, seduzindo você para que confie nele, para que ele possa se aproveitar de você.

  1. Total falta de vergonha, culpa e remorso

O psicopata mente sem perder a pose. Ele enrola as pessoas sem pestanejar. Até se faz de bobo sem se sentir bobo. Simplesmente não tem emoção como vergonha, culpa, e remorso, que são ferramentas para se desenvolver uma consciência. Ele não tem consciência.

  1. Você está sofrendo, e o psicopata simplesmente não se importa

As palavras de amor ou lealdade que outrora você ouviu do psicopata desapareceram. Agora, o psicopata se comporta de forma inacreditavelmente cruel, e depois age como se nada tivesse acontecido. Você está em pedaços, e o psicopata se surpreende com toda essa comoção. Afinal, por que todo esse drama? Ele vai se queixar aos outros e os outros lhe dão razão.

  1. Sua visão de mundo desabou

A sociedade nos diz que somos todos criados iguais, todos têm o lado bom, e deveríamos tratar os outros como queremos ser tratados. Você provavelmente levou a sério essas mensagens e elas se tornaram regras de conduta para você. Mas elas falharam quando o psicopata entrou em sua vida.

Agora você aprendeu do jeito mais duro que essas regras não podem ser aplicadas a todos. Aproximadamente de 12% a 16% da população tem distúrbios e para essas pessoas você precisa de um diferente conjunto de regras, regras destinadas a proteger você.

Essa é a parte mais difícil no processamento de sua experiência com o psicopata – mudar a sua visão de mundo. A sua compreensão da vida não se aplica a todos que você conhece; algumas pessoas simplesmente não funcionam como o resto de nós. É isso que realmente deixa você maluca, mas também é a sabedoria a ser conquistada por sua experiência.

 


ABUSO VELADO

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LIDANDO COM ABUSO VELADO

Por Júlia Bárány,

 

Abuso velado é difícil de identificar porque é…. velado. Passa desapercebido pelos radares, não é detectado. Se o abuso aconteceu na infância, é mais insidioso ainda porque a criança tem poucos pontos de referência. Ela não sabe que sofreu abuso.

O que é abuso velado?

Abuso velado é qualquer tipo de conduta oculta e enganosa do abusador usada para manipular os outros a fim de obter poder e controle.

Incesto emocional é um tipo de abuso velado. Incesto emocional é um incesto velado, pode ou não envolver abuso sexual. Esse tipo de exploração acontece quando um progenitor usa seu filho como apoio emocional próprio de um companheiro/a, não de uma criança. Obviamente, é peso demais para uma criança.

Abuso velado também é o abuso que um psicopata, ou outro tipo de pessoa tóxica pratica com suas vítimas.

 

Abuso velado tem a seguinte dinâmica:

– os abusos ocorrem “casualmente”

– são sutis, fáceis de ignorar, negar e minimizar

– raramente ocorrem apenas uma vez

– interações podem incluir: criticismo, violação de limites, sensualidade, dissonância cognitiva, tortura psicológica, confabulação

– o abusador é visto pelos outros como “uma boa pessoa”, amistoso, acima de qualquer suspeita

– o abusador é extremamente convincente

– as vítimas se dessensibilizam de suas próprias vivências de abuso

 

Como identificar abuso velado:

A maioria dos sintomas é detectável no alvo. A vítima de abuso velado acredita que não tem razão de se sentir mal, questiona sua percepção da realidade, sofre de ansiedade e depressão, ou acha que algo não está certo no relacionamento, mas não consegue identificar o que é. As vítimas tendem a culpar a si mesmas.

 

Como se curar do abuso velado?

A cura exige que a vítima se empodere. Que esteja preparada para se curar sozinha e aprenda a confiar em si mesma sem muito apoio dos outros, porque é extremamente difícil explicar aos outros esse tipo de abuso. A grande maioria das pessoas não entende e até pode considerar a vítima ingrata, maluca ou ela própria abusiva. Esta cura de abuso velado é muito mais uma cura solitária do que da grande maioria explícita de feridas.

Um método básico de superar o abuso velado leva tempo: aprender a confiar em si mesmo. Você precisa chegar ao ponto de, não importa o que o abusador diga ou faça, ou o que os outros digam para invalidar sua vivência, você acredita é em você.

Para confiar em si mesmo é preciso olhar para dentro de si e ouvir sua intuição e seus sentimentos.

  1. Afirme mentalmente o que sua intuição lhe diz
  2. Verifique o que seu corpo sente
  3. Identifique os seus sentimentos e suas emoções. Exemplo: com raiva, traída, confusa.

Perceba que sentimentos comuns de abuso velado são: culpa, medo, confusão e vergonha. Esses sentimentos indicam que você está sendo invalidado pela outra pessoa. A invalidação é uma tática poderosa para você ser manipulado e controlado.

Depois de identificar o que está acontecendo no seu mundo interno, afaste-se na medida do possível do abusador velado, e faça uma desintoxicação. Procure amigos verdadeiros para falar. Ou conecte-se à natureza. Ficar um pouco no sol já poderá fazer você se sentir melhor. Se precisar, vá a um bom médico.

Só volte a interagir com o abusador, se for absolutamente necessário e quando você já tiver recuperado um pouco de sua energia e seu senso de realidade. Se for possível, afaste-se de vez.

Faça valer seus limites saudáveis, não permita que sejam transgredidos. É seu pleno direito!

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texto baseado em In PsychCentral, por Sharie Stines, Psy.D

http://pro.psychcentral.com/recovery-expert/2016/10/coping-with-covert-abuse/?utm_source=Psych+Central+Professional&utm_campaign=7022382df8-PRO_B_EMAIL_CAMPAIGN&utm_medium=email&utm_term=0_7ef5d0b4f0-7022382df8-30460681


Plano de fuga

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ACEITANDO O LUTO

Uma das diferenças entre romper com uma pessoa saudável e romper com uma pessoa com transtorno de personalidade é o grau em que seus sentimentos quanto ao rompimento se tornam complicados. No processo de dissolução, você tende a experimentar uma gama de sentimentos desde tristeza, mágoa, raiva, alívio, lamento, arrependimento – não importa quem tenha iniciado o término. Ao terminar relacionamentos com pessoas portadoras de transtornos de personalidade, esses sentimentos também acontecem, mas são acompanhados por complicados sentimentos de confusão e autocensura. As pessoas na sua situação perguntam: “Por que eu me sinto não mal com este rompimento, já que ele me tratou não cruelmente?” As pessoas perguntam porque elas continuam focalizando seus pensamentos e sentimentos na pessoa que as explorou, mentiu para elas, traiu-as e porque elas não conseguem simplesmente se sentir aliviadas e ir adiante. Os sentimentos normais associados com términos de relacionamentos são intensificados pela loucura do relacionamento; além disso, são agravados porque as pessoas se censuram por ter esses sentimentos que parecem “ilógicos” à luz da evidência.
O que você precisa saber se estiver passando por isso agora mesmo?
Primeiro, reconheça que a pergunta: “Por que continuo focalizando nisso se isso foi tão tóxico?” é totalmente normal. Aceite que essa experiência é mais do que comum como parte do processo de sua recuperação. Ao se empenhar em criar a próxima fase de sua vida, essas perguntas vão desaparecendo.
Segundo, entenda que mesmo que as dificuldades, engodos e exploração do seu ex tenham minado seu relacionamento, o relacionamento era importante para você. Sem dúvida você investiu muita energia, tempo, cuidado e boa vontade no esforço de cultivá-lo e fazê-lo dar certo. É triste quando relacionamentos não dão certo, e lamentamos quando eles terminam. Como com qualquer outro relacionamento que lhe foi importante, é certo passar pelo processo de luto agora, mesmo que você esteja lamentando a imagem que você tinha do relacionamento; suas esperanças no contexto; e as partes de você que foram exploradas ou rejeitadas.
Terceiro, quando a exploração e o engodo aconteceram, você não sabia, e você se dedicou a fazer o relacionamento dar certo. Na verdade, você provavelmente se esforçou ao máximo pelo relacionamento, sentindo pena do seu parceiro, que enquanto isso estava fazendo jogo com você. Você deu muito e recebeu pouco em troca, no final das contas. Quando a verdade veio à tona, tornou-se difícil reconciliá-la com a sua percepção idealizada do parceiro, e com o empenho dele em enganá-la com bombardeio amoroso, declarações, negação, gestos grandiosos, e controle. Diferente de perder um parceiro querido pela morte, que a tratou bem, a natureza complicada de seu relacionamento cria um complicado processo de luto, tal como quando um progenitor abusivo ou ausente morre. Embora o sobrevivente possa lamentar a morte, o que ele lamenta não é a perda da sua conexão com o progenitor, mas a perda da possibilidade de ter um progenitor com quem possa se conectar ou que se importava com ele.
Então, não resista ao luto, remova todos os gatilhos de luto ao seu redor, dedique tempo para viver o luto e atravessá-lo. Assim você se livrará disso também e poderá caminhar.
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Ault, Amber. The Five Step Exit: Skills you need to leave a narcissist, psychopath, or other toxic partner and recover your happiness now, Next Generation Books, Kindle Edition, US, 2015


O QUE ESTÁ POR TRÁS DO BLÁ-BLÁ-BLÁ NARCISISTA?

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PERIGO: DISCURSO RETÓRICO EM ANDAMENTO

adaptação livre por Júlia Bárány de artigo de Christine Hammond, MS, LMHC, (http://pro.psychcentral.com/exhausted-woman/2016/09/whats-behind-a-narcissistic-rant/ acessado em 21/09/2016)

Vocês dois sentam para conversar e o clima é bem normal. Há um bom fluxo de uma pessoa para a outra, cada uma ouve e entende o assunto discutido sem qualquer indício de estresse. Então, do nada, acontece uma mudança drástica. A conversa se torna unilateral quase uma palestra, o narcisista passa a dirigir palavras bruscas e mordazes, esparrama elogios dirigidos à sua própria pessoa, e não se sabe mais do que se está falando. A conversa descambou para um blá-blá-blá narcisista, que se chama vômito verbal.

O narcisista costuma agredir sutilmente ou diretamente: “Você é uma idiota”, “Você não consegue fazer nada direito”, “Você nunca me apoia”, “Você nunca quer conversar comigo”, “Você nunca me dá atenção, está sempre ocupada com suas coisas, e eu fico sobrando”. Pode se fazer de coitado: “Ninguém me ama”, “Eu estou sempre sozinho”, ou “Ninguém se importa com o que eu penso”. Ensanduichadas no discurso frases como: “Em comparação com os outros, eu sou muito melhor”, “Você não sabe quão sortuda você é em estar comigo”, “Eu sempre tenho razão”, ou pior “Eu NUNCA erro”, “Eu sou uma boa pessoa”, “Eu me importo com os outros”, “Eu sempre trato bem minhas mulheres”.

Você é surpreendida com a guarda abaixada e, temendo mais retaliação ainda, fica calada, morrendo em silêncio. Isto pode continuar por alguns minutos ou por horas dependendo de quanto esgoto o narcisista quer despejar. No final do discurso, o narcisista se sente melhor e aliviado. Ele teve sua dose de adrenalina e fica indignado se você não concorda ou não se sente do mesmo jeito.

O que está por trás disso? É simples, o narcisista espera que você satisfaça suas necessidades insaciáveis. O narcisista precisa de atenção, afeto, adoração e afirmação dos outros para validar seu ego megalomaníaco. Esta necessidade nunca é satisfeita, por isso você fica exaurida e recebe pouco ou nada em troca. Quando você consegue alguma atenção, é porque o narcisista quer algo de você. Raramente ele dá atenção gratuitamente ou sem uma condição.

O narcisista não consegue satisfazer suas próprias necessidades de outra forma? Sim, e frequentemente o faz. Vai buscar sua plateia no trabalho, com algum parente desavisado que acredita que o narcisista não é capaz de fazer mal, nas organizações comunitárias tais como caridade ou igreja onde o narcisista consegue projetar uma falsa imagem brilhante e ser reconhecido. Ou na cama de outra. Porém, quando qualquer um desses recursos falha em satisfazer suas necessidades, ele desforra imediatamente na família ou nos amigos. E em você.

Qual é a solução para o narcisista? Todos têm necessidade de atenção, afeto, adoração ou afirmação. Essas coisas não são inerentemente ruins; são ingredientes necessários para uma saudável auto-imagem. Imagine uma criança de dois anos de idade e quanta atenção ela precisa e exige. Porém, crescendo e amadurecendo, a pessoa busca satisfazer essas necessidades dentro de si, não fora. Um ego saudável aprecia atenção dos outros, mas não depende dela para sobreviver. Trazer o narcisista a isso é possível com a ajuda de um bom terapeuta. Mas um familiar ou parceiro afetivo não é capaz de ajudar nessa área porque isso só criará mais dependência da outra pessoa em satisfazer as necessidades narcisistas.

Agora, se for um narcisista psicopata, não tem jeito nem no consultório do terapeuta nem com familiar compreensivo nem com reza brava. Ou você cai fora desse círculo vicioso, ou você vai acabar definhando.

Porque a necessidade do narcisista psicopata é insaciável. Lembre-se. Ele se diverte torturando você.


PORQUE TERAPIA DE CASAL É CONTRAINDICADA NO CASO DE UM PSICOPATA ENVOLVIDO

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Por Rev. Sheri Heller, LCSW, in

http://pro.psychcentral.com/why-couples-therapy-is-contraindicated-with-a-psychopath/0014632.html#

tradução livre por Júlia Bárány

 

“A garantia de segurança num relacionamento abusivo jamais pode se basear na promessa do perpetrador, não importa quão sincero pareça. Deve se basear na capacidade de autoproteção da vítima. Enquanto a vítima não desenvolver um plano de contingência detalhado e realista e não demonstrar sua habilidade de realizá-lo, ela continua em perigo de ser repetidamente abusada.”

Judith Lewis Herman, (in Trauma e Recuperação: a consequência da violência – desde abuso doméstico ao terrorismo político, Basic Books, 1997, USA)

 

O ímpeto para escrever este artigo nasceu de uma infeliz descoberta do casamento de uma antiga cliente com o seu abusador, ostensivamente como resultado de uma bem-sucedida terapia de casal. Quando ela abandonou prematuramente o tratamento, deu a entender que ela estava reatando com o homem do qual se esforçou tanto para se livrar.

O processo de condicionamento funcional elaborado por B.F. Skinner nos mostra que o reforço e castigo/consequência desagradável influencia o nosso aprendizado. Um padrão de intermitente reforço estabelece imprevisibilidade e confusão. O abusador narcisista maligno se aproveita deste fenômeno.

Conforme a vítima se debate para descobrir o que precisa fazer para conseguir uma resposta positiva do seu abusador, a dissonância cognitiva se estabelece, propelida pela desesperada urgência em discernir uma razão.

Neste ponto, a vítima evidencia sinais da Síndrome de Estocolomo, uma forma de ligação traumática na qual as vítimas ficam patologicamente apegadas ao seu perpetrador. A vítima é capturada num ciclo viciante e deifica seu abusador, dependendo do seu torturador para sua redenção.

Este apego patológico é uma estratégia de sobrevivência, que capacita a vítima se dissociar da sua dor. Ao apagar o horror da sua realidade assumindo a perspectiva do abusador, a vítima afasta a ameaça de indefesa e terror que ela de fato vivencia.

 

ASSUMINDO A CULPA

O foco da vítima passa a ser apaziguar e agradar o abusador, mitigando assim o perigo. Com o passar do tempo, a vítima se identifica exageradamente com seu abusador, ignorando suas próprias necessidades e assumindo a responsabilidade pelo ‘sofrimento’ do seu abusador. Ela começa a acreditar que o abuso é culpa sua.

Quando a vítima finalmente chega ao fundo do poço, degradada ou descartada pelo narcisista, ou confrontada com infidelidades demais, espancamentos, ruína financeira ou outras formas diversas de abuso, ela pode estar pronta para procurar ajuda profissional. A fim de iniciar um processo de recuperação, aconselha-se a regra de não contato para cortar o vínculo tóxico.

Depois de trabalhar tão ardentemente para se estabilizar da TEPT (Transtorno pós-traumático) e construir as barreiras necessárias para se libertar de tal tratamento hediondo, por que a vítima que sofreu abuso psicológico e físico crônico nas mãos de seu parceiro romântico reata o contato?

Mais estonteante ainda: por que um psicoterapeuta concordaria em facilitar a terapia de casal dadas essas circunstâncias? Para responder esta pergunta é preciso entender as maquinações da psicopatologia.

 

MAQUINAÇÕES DA PSICOPATOLOGIA

Num livro fundamental, “A máscara da sanidade” (1941), o psiquiatra Hervey Cleckley referiu uma propensão extrema para o mal como um defeito neuropsiquiátrico (= Psicopatia) que alimenta a necessidade de destruir.

A psicopatia, conforme descrita por Cleckley, apresenta uma aparência de normalidade. Segundo Cleckley, o psicopata tem a estranha habilidade de ocultar seu defeito neuropsiquiátrico.

Cleckley afirma que “eles desarmam não só os que não conhecem tais pacientes, mas também pessoas que por experiência conhecem muito bem seu disfarce de honestidade.” (Cleckley 2011:342).

Daí, somos enganados, ludibriados pelo disfarce virtuoso do psicopata, por sua loquacidade, sua imagem ostensivamente calma e encantadora. O lustro de normalidade do psicopata pode ser tão infalível que até clínicos treinados não conseguem enxergar a malevolência por trás da máscara.

Se o fornecedor alvo (ou seja, o parceiro não psicopata) adquiriu autonomia e um módico autorrespeito durante a separação, o psicopata se apresentará imensamente empático e amoroso e até ansioso em assumir um processo terapêutico para dissipar quaisquer dúvidas e oscilações.

O psicopata consegue ressuscitar um relacionamento praticando assédio amoroso, persuasão convincente e criação de falsas esperanças. Durante a fase de lua de mel, o psicopata intensifica aquilo que o alvo procura, a tal ponto que seduz a vítima a aceitar esta narrativa romântica ficcional.

Quando encontra o terapeuta, o narcisista maligno cujo objetivo é preservar o relacionamento a fim de obter suprimento de seu parceiro romântico, se apresenta contrito, sensível e encantador.

Se ele for bom conhecedor da terapia psicológica, usará conceitos psicológicos para ‘inocentemente’ imputar à sua parceira distúrbios psicológicos que fazem dela a causadora não intencional da dinâmica doentia do casal. O psicopata pode até professar argumentos espirituais para amplificar ainda mais sua própria virtude moral.

Tudo isso é apresentado com sutil perspicácia e destreza.

Caso o terapeuta de casais falha em reconhecer um dos parceiros como sendo psicopático, o processo terapêutico pode culminar tragicamente numa perversa colaboração entre o terapeuta e o psicopata. Resulta que o abusador conseguirá realizar seu projeto furtivo enquanto subverte mais ainda a realidade da vítima.

Sob tais condições, o terapeuta de casais estruturará equivocadamente o tratamento a fim de resolver os problemas criados pela vítima que contribuíram com a discórdia da relação. O terapeuta será conivente com a premissa errada de que o abusador é apenas instigado pela conduta da parceira, e modificar esta conduta é primordial para conseguir harmonia.

Enquadrar o abuso perpetrado por um psicopata como um intercâmbio mútuo entre partes iguais quer dizer que qualquer tipo de conduta, incluindo violência física, é permitida e tratável para se conseguir uma relação saudável.

Com essa atitude o terapeuta não reconhece que o psicopata detém o poder no relacionamento abusivo e tampouco reconhece que amor e dominação são fundamentalmente incompatíveis. Além disso, mitiga a responsabilidade do psicopata e estigmatiza a vítima.

 

O ARRANJO DELIRANTE

Portanto, o terapeuta equivocado acaba sendo conivente com um arranjo delirante que gera graves repercussões para o parceiro vitimizado. É triste que esta postura só incentiva o psicopata a promover sua manipulação deletéria e reforça a ideia de que o sofrimento da vítima, causado pelo psicopata usando dissonância cognitiva, mentiras, infidelidades, violência e uma miríade de formas de engodo é algo equivocado e exagerado.

Subsequentemente, com o aval do terapeuta, a vítima regride à dissonância e fantasia alucinatória acreditando que ela recuperou legítimas expectativas de felicidade.

Inevitavelmente, a idealização acaba cedendo à desvalorização e o ciclo de estupro emocional se renova, deixando a vítima emocionalmente, psicologicamente, fisicamente, financeiramente e socialmente mais devastada ainda.